quarta-feira, 12 de março de 2014

TU SABES..

TU SABES

À vezes se te lembras procurava-te
Detinha-me em ti, esgotava-me e perdia-me
Sabia que haver-te perdido era encontrar-te
E nessa dança de viver me comprazia

Não percebendo no fundo que dizer-te
A distância de tempo e de espaço não existia
Indispensável era ter-te para perder-te
Num ciclo que se repetia dia a dia

Era tudo tão complexamente natural
Vivia das tuas palavras e da tua imagem
Sem saber como chegou um dia fatal
Que em mim te imortalizaste como miragem

É com espanto que ao espelho me olho
Espantado diviso-te naquilo que me restas
Acredita o que faço, não sou eu que escolho
Sei no caminho, não faço parte das tuas metas.



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